domingo, 2 de setembro de 2007

país de merda

Fui ao cemitério hoje.
Adoro ir ao cemitério. As pessoas não conseguem entender esse gosto meu. Quando digo que gosto de cemtérios, me consideram gótico, macabro, coisas que não sou. Ao dizer que sinto paz no cemitério, me chamam de louco.
Gosto da história que há nos cemitérios. Leio cada lápide. Por algum motivo - agora sim estranho - alguns epitáfios me fazem sentir o mesmo que sentiram os parentes da pessoa enterrada ali. Pessoas que morreram há mais de cem anos. Crianças, pais amorosos, militares e presidentes.
Gosto também da aquitetura de alguns mausoléos. Há alguns que são maiores do que a casa de muita gente. Acho interessantissimo a visão de um monte de túmulos, não completamente de cima, mas num ângulo de uns 45 graus. Parece uma verdadeira cidade. Uma necrópolis.
Hoje vi o túmulo do Caetano de Campos, do Armando Moreira Salles, do Cerqueira César...
Mas um túmulo em especial me chamou a atenção. Não era grande, não era luxuso, mas era venerado. Uma tal de Maria Edith, se não me engano. Dezenas de placas de agradecimento colocadas no seu leito perpétuo. Pessoas agradecendo várias coisas. São tantas plaquinhas, que se não fossem por elas mesmo, não se saberia quem está enterrado ali. Não consegui descobrir quem é ela. Mas ainda vou.
O que me deixou puto da vida foram as pixações. Pior do que as pixações, são os túmulos que tiveram lápides, cruzes, ou imagens em bronze roubados. Não é a toa que no Brasil não há respeito pelos seres vivos. Não se respeita nem os mortos.

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