segunda-feira, 28 de abril de 2008

vida de mentira

''por que tem que ser assim? por que você mente tanto?'' ''trauma de infância.'' ''explica.'' ''quando eu era criança eu era meio, muito inocente. bobinho. todos meus coleguinhas por algum motivo freudiano diziam ter pais policiais. só eu não tinha. e não conseguia mentir como eles, porque no fim das contas eu sabia que eles mentiam, mas mesmo assim eu sentia inferior que eles. hoje, agora que eu sou um pouco mais esperto, porque eu fui aprendendo a ser, eu tento levar vantagem em cima de algumas coisas. eu odeio isso, mas é algo tipo um vício, incontrolável. eu penso naquela caixa de areia, com aqueles balanços coloridos e as crianças dizendo ser filhos de polícia e eu alí parado, me sentindo excluído. é horrivel pensar que umas crianças imbecis me fizeram crescer um cara imbecil.'' ''você não é imbecil.'' ''sou sim. se você entrasse na minha cabeça e descobrisse tudo o que eu penso nunca mais ia querer me ver.'' ''que há de tão medonho?'' ''eu gosto demais de você pra contar. voc6e está comigo por quem você conheceu, não por quem eu sou de verdade. então continuemos assim.'' ''senão eu me sentiria obrigada a lhe deixa entrar na minha também, e acho que não seria idem lá muito agradável.'' ''é muito mais fácil esconder não é?'' ''não tenha duvida!'' ''há quem te conheça de verdade?'' ''tem que me conheça mais do que você, mas de verdade mesmo não. no real mesmo acho que nem eu." '' então um brinde às nossas vidas de mentira!'' ''saúde!''