quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

primeira pessoa segunda

chegamos, comemos, bebemos, fumamos, dançamos, transamos e dormimos. quando acordei duas horas depois, com o sol a pino, senti nojo e uma ânsia de vômito quando vi todos aqueles corpos nus de todas as cores espalhados pela sala. as dezenas de copos com restos líquidos indecifráveis, os cinzeiros empanturrados e o sofá branco sujo de restos de comida e de sabe mais o quê. ainda bem que a casa não era minha. fui até a cozinha e preparei uma cuba libre com os restos de bebida que ainda jaziam na geladeira. sentei em um sofá confortável de vime na sacada e comecei a pensar na vida. pensar em como ela era podre e oca. pensei no fato de que nenhuma mulher até aquele momento fora capaz de se liquidifazer e me encher por completo. olhando uma pracinha ao longe recordei daquele dia no Trianon, quando topei com aquela mulher que tinha isqueiro mas não tinha cigarro. estranho isso. fiquei pensando se a veria novamente em algum lugar no meio de toda essa poluição. era uma mulher daquele jeito que eu queria. eu nem a conhecia mas sentia que ela era tudo nessa vida. era tudo que havia entre o nadir e o zênite. como era aquela hora da manhã em que o nível de testosterona está mais alto, pensei com muito carinho nela. de verdade. joana. nome incomum.

Nenhum comentário: